O ano de 2023 marcou a volta do Brasil ao cenário internacional, depois de 4 anos de
ostracismo e isolamento. O fecho do ano está sendo feito com chave de ouro: uma presença
rutilante do Brasil na COP28, em Dubai, e a assumpção à presidência do G20 até o final de 2024.
O retrospecto não poderia ser mais favorável. Lula, na sua política de ‘diplomacia
presidencial’, visitou nada menos do que 25 países, participou de dezenas de cúpulas
presidenciais do mais alto nível e de enorme interesse para o Brasil (Assembleia Geral das
Nações Unidas, COP27 e COP28, G20, G77+China, CELAC, Mercosul, CPLP, entre outros), foi
recebido por dezenas de chefes de Estado e de Governo nos cinco continentes, distribuiu
carisma e solidariedade, e captou bilhões em investimentos e a simpatia do mundo pelo Brasil.
Nos dois primeiros mandatos (2003-2010) foram 139 viagens internacionais para 80 países, além
de Antártida, Guiana Francesa e Palestina. Pelo ritmo, o terceiro mandato vai superar aquelas
marcas.
Nesta semana, ainda na vigência da PPT do Brasil, realiza-se no Rio de Janeiro a Cúpula
de Presidentes e a Cúpula Social do Mercosul, respectivamente em 4-5 e 7-8 de dezembro, que
serão examinadas no próximo fascículo dos Cadernos. Da mesma forma, a posse de Milei na
presidência da Argentina que ocorre a 10 de dezembro próxima, destacando suas ideias sobre
saúde.
Entretanto, o mundo não vai bem. Este fascículo dos Cadernos é o último de 2023.
Nossos analistas fazem um esforço de reunir nos respectivos informes, de um lado uma síntese
do ano e, de outro, as novidades da quinzena finda.
Alcázar, analista do CRIS para Nações Unidas, faz importantíssima revisão do ano de
2023, abordando o complexo fio condutor da Organização que, no seu entendimento sempre
faltou à ONU: Paz – direitos humanos – desenvolvimento – justiça. Para quem deseja ter uma
visão ao mesmo tempo panorâmica e profunda das principais questões globais.
A COP28: decepções e esperanças
A COP28 é abordada pelos especialistas do CRIS em meio ambiente e saúde, Danielly
Magalhães e Guto Galvão, em um artigo que analisam amplamente as decepções e esperanças
da cúpula mundial do clima.
Pela primeira vez, a COP28 teve dias temáticos, incluindo um Dia da Saúde, destacando
as interconexões entre mudanças climáticas e saúde global. O relatório do IPCC destaca os
impactos crescentes na saúde devido às mudanças climáticas, incluindo eventos climáticos
extremos, disseminação de doenças infecciosas, poluição do ar e impactos na saúde mental. A
Conferência visa abordar questões críticas relacionadas à saúde e buscar soluções para construir
resiliência nos sistemas de saúde. Os primeiros dias da COP28 refletiram desafios significativos,
especialmente em relação à discussão sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.
O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, questionou a exigência, afirmando que não há “ciência”
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que respalde tal eliminação. Isso gerou críticas e destaca as tensões em torno da transição para
fontes de energia limpa. A nomeação de Al Jaber, CEO da Abu Dhabi National Oil Company, como
presidente da COP28, também levanta preocupações sobre conflitos de interesse. Além disso,
foram lançadas iniciativas sobre clima, socorro, recuperação e paz, gestão de desastres e saúde,
demonstrando esforços para fortalecer a resiliência global. O presidente Lula e a Presidência da
COP28 anunciaram uma parceria para mobilizar recursos e apoio político para a natureza rumo
à COP30 em Belém. Iniciativas de financiamento para projetos de natureza-clima foram
anunciadas por vários países e organizações, contribuindo para compromissos globais de
conservação e biodiversidade. A saúde teve sua primeira reunião ministerial na COP,
culminando como uma declaração assinada por mais de 120 países.
Para que o leitor avalie por si mesmo as mensagens do Brasil, reproduzimos na íntegra
os discursos do presidente Lula na sessão de abertura da Presidência da COP28 e na primeira
sessão do Segmento de Alto Nível para Chefes de Estado e Governo da Cúpula.
Chamamos a atenção do leitor que praticamente todos os artigos dos nossos analistas
tratam da COP28 nas respectivas abordagens temáticas ou territoriais de que se encarregam no
Observatório de Saúde Global e Diplomacia da Saúde do CRIS e, consequentemente, nestes
Cadernos.
Em 14 de dezembro, o CRIS realiza Seminário Avançado sobre Saúde na COP28,
reunindo especialistas como a dra. Maria Neira, diretora de saúde e ambiente da OMS, e uma
mensagem do Papa Francisco sobre sua Exortação Apostólica Laudatum Deum que trata da
questão ambiental.

Leia o relatório completo aqui:

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